quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Meu Alentejo!

Neste meu lento Alentejo!
Fui nascida e criada,
Pois é nele que me vejo,
Feliz e apaixonada!

Ainda lembro outros tempos
eu que à sombra do chaparro,
acolhia meus pensamentos,
e arrefecia meu tarro.

Foi debaixo de uma azinheira,
que me roubaram um beijo,
assim não fiquei solteira,
Meu querido Alentejo!

Terras secas e grandes searas,
Com um sol abrasador,
Fiz das espigas lindas tiaras,
Para seduzir o meu amor.
De manhã pela fresquinha,
Vamos à apanha do grão,
Era eu bem novinha,
Não esqueço esse verão!
Que saudades desse tempo,
Coisas que ficam na memória,
Alentejo, és meu alento
Minha vida, minha história!


vivendo arte

Como tocam, cantam, dançam e encantam o lugar.
Vibram com emoção! É pura explosão.
Fazem os seres espetatantes alimentarem-se só de olhar.
Giram com o mundo e para o mundo com paixão.

Mãos que não se tocam, mas imploram carinho.
Olhos que não vêm; mas leem a expressão de cada olhar.
Zumbido nos ouvidos. Qual silêncio profundo, mansinho…
Bocas entreabertas sussurrando pelo doce amar!

Surgem obras, registos, documentos.
Livros, canções, estátuas sem parar...
 Uma fonte inesgotável de momentos,
que na arte da vida fazem por se expressar!


Outra maneira de escrever...

…Havia já alguns dias em que ela tentava falar com ele. Ele nem sempre respondia. Mais outros tantos dias ele metia conversa com ela. Ela desconversava sempre.
Mas um dia…aquele dia….Aquele em que acontecem coisas…sem explicação…nesse mesmo, aconteceu que ambos morrerem um pouco... a vida apenas começou depois desse dia…
Ela ligou. Ele não atendeu. Ela insistiu. Ele respondeu.
Em voz carente ela disse:- Vem almoçar comigo. Hoje, vamos comprar duas sandes diferentes e partilha-las. Vamos comprar dois sumos iguais e trocá-los. – Sorriu- vem apenas almoçar comigo hoje no jardim…
Ele apenas respondeu: Sim! No jardim às 13h.
Com a pressa natural, com o stress do costume, ambos saíram do emprego ao meio dia. Ambos se apressaram para o jardim. Ela atravessa a passadeira da esquerda para a direita….ele faz o inverso. Em diferentes estradas….com diferentes empregos….mas com desejos iguais!
Ambos foram atropelados…por diferentes carros….na mesma hora….quase no mesmo minuto, nesta mesma vida!
O Hospital que os acolheu foi o mesmo…diferente foi o quarto…diferente medicação, com um fim igual. Uma cadeira de rodas como presente…
Passaram uns meses e após atualização de redes sociais, ele liga-lhe a ela. Ela atende rapidamente. Depressa se encontram no corredor…choram…dão as mãos…e combinam algo….
E num outro daqueles dias em que acontecem coisas…encontraram se no jardim, ao meio dia…e partilharam….a medicação!
Desde esse dia…a partilha foi constante….e eterna!

Vive-se morrendo aos poucos e quando aos poucos se morre aprende-se a viver!

vida terrena....