quinta-feira, 29 de março de 2012

Lembrando poetas grandes..


Hoje, apetece-me relembrar os que considero que foram grandes poetas e poetizas. Começo por aquela que considero uma das melhores... de vida sofrida, quem a não tem!!! Florbela Espanca




Os Meus Versos

Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!

Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...

Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...

Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

quarta-feira, 14 de março de 2012

Ela

Estava eu á janela, vi o vento a soprar lá fora.
De repente, senti que era ela, corri, fui-me embora.

corri atrás dela, corri atrás dela, corri atrás dela
corri para vê-la,corri para vê-la,corri para vê-la

O meu coração batia, batia tão forte.
Eu fui tentar a minha sorte.

corri atrás dela, corri atrás dela, corri atrás dela
corri para vê-la,corri para vê-la,corri para vê-la

Olharam para mim seus olhos brilhantes,
senti um arrepio por breves instantes.

corri atrás dela, corri atrás dela, corri atrás dela
corri para vê-la,corri para vê-la,corri para vê-la

Ali estava eu á chuva sem juízo,
mas ganhei, ganhei um doce sorriso!

corri atrás dela, corri atrás dela, corri atrás dela
corri para vê-la,corri para vê-la,corri para vê-la
corri atrás dela, corri atrás dela, corri atrás dela
correrei sempre para vê-la, sempre!

terça-feira, 6 de março de 2012

O pôr do sol


Começa o vento a falar e o mar a descer,
o sol está a brilhar, o frio faz-se aparecer.

Não aquece, nem queima e o mar deixa de murmurar.
É como uma breve teima, entre o sol e o mar.

Em voz forte o mar fala,
faz uma doce melodia,
sendo  amante da areia.

É doce bebé que se embala,
com transbordante alegria.
Qual mãe que se pavoneia!

Na escuridão da noite

Entre o vento falante e as árvores brilhantes
há conversa constante por breves instantes.

A escuridão que fica é atenuada pela lua.
O seu brilho limita a escada ao fundo da rua.

A conversa começa a aquecer,
entre as árvores, o vento,
e a lua agora brilhante...

É escuro o anoitecer,
que passa no pensamento,
amor em qualquer amante.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Pausa

 Era noite cerrada e trovejava bastante,
sentia arrepios e um medo constante.
Com um sentimento de impotência,
fechava os olhos e pedia clemência.

Queria que parasse um pouco,
queria que fosse menos louco...
Fizesse aquilo que se chama pausa,
só par eu averiguar a causa.

Mas não parava de chover, nem trovejar.
Não parava, não me deixava sossegar.
Sentei-me encolhida no chão,
ouvi não mais que um trovão.

Parou, parou para me ouvir chorar,
parou ou fez uma pausa para me acalmar?
Meu coração batia agora mais devagar,
Não ouvia chover, nem trovejar.

Pausa...foi feita uma pausa...

sexta-feira, 2 de março de 2012

Absolutamente feliz

Quando olho para o céu,
fico feliz de o ver.
Quando vejo flores a nascer,
fico feliz eu, só eu!

Quando vejo o azul-verde mar
fico feliz por o contemplar.
Quando te vejo a chegar,
fico feliz e começo a chorar.

Quando acordo de manhã cedo,
fico feliz e então recebo.
É me oferecido o doce amor,
mais lindo que uma flor.

Mais doce que o mel,
mais doido, sem medida.
Aquele que se sente na pele,
que me faz Feliz na vida.