terça-feira, 6 de outubro de 2015

Outra maneira de escrever...





O pano foi corrido e todos olhavam para o palco, embora eu nada vi...a luz intensa do holofote estava direccionada para mim...eu tinha que falar! Treinara 2 meses e agora nada me saía....
Que o ar me volte aos pulmões…pensava eu aflita!
Fechei os olhos e quando os abri, a luz do holofote fraquejou e focou apenas um lugar na plateia. Alguém me sorria..
Reconheci o sorriso...o olhar e a posição das mãos sobre o colo…
Aos poucos comecei a "aquecer" e tudo o que ensaiara começava a voltar me à memória.
O poema que recitei:
Oh! Que dor sinto em meu peito…
Oh! Que agonia por não saber nada de ti…
Violentamente estou sem jeito…
Oh! Perdida...para onde fugi?
Os primeiros aplausos surgiram e um sentimento agradável fez com que o resto da actuação fosse normal...
O pano foi corrido novamente e em frente ao espelho do camarim esperava que viesses dar-me os parabéns!
Despi-me, vesti-me, limpei as pinturas e recebi um ramo de flores da Professora...nada teu.
Passaram 6 meses e nada mais soube de ti...
Novo elenco…novo palco... o pano foi corrido.
Olhei... olhava... e não te vi...
consegui ser "quase perfeita", eram os elogios que recebia. Mas, não estava satisfeita. Não tinha sentido arrepios... esquecimento... nada!
Fui para o camarim e um ramo de rosas esperava por mim, sorridentes...e um bilhete dizia:
"ADOREI TE! ESTOU À TUA ESPERA NO NOSSO LOCAL"
Tremi… transpirei... arfei… suspirei...
O pano do meu teatro de vida fora corrido de felicidade...
"outra maneira de escrever"

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